Helton Moura Helton Moura - Depois do Fim

Já depois do fim
Da vítrea vértebra em falso
Lá depois de mim
Olhar pra cima é ser o espaço

E deixar fluir
O sangue seiva e seu melaço
Antes de dormir
Deixar o tempo ir

Quando persistir
A dor, sintoma de estar vivo
E se permitir
Sonhar ainda que dormindo
Deixa o céu cair
Até porque já está caindo
Não da pra fugir
É sentar e assistir

E tudo vibra
A peito, a corda, a voz, a vida
É tudo fibra
O trigo, a carne, a malha, a avenida